Alterações dos fatores de risco cardiovascular segundo o consumo do óleo de côco

Autora: Monica Lopes de Assunção

Data da defesa: 12/12/2007

Banca examinadora:

Profª Drª Telma Maria de Menezes Toledo Florêncio – FANUT/UFAL - orientadora

Prof. Dr. Aldenir dos Santos Feitosa - UNEAL - examinador(a)

Profª Drª Terezinha da Rocha Ataíde - UFAL - examinadora

Resumo Geral:

As doenças cardiovasculares (DCV) representam a principal causa de mortalidade em nosso país e vem apresentando aumento de prevalência nas classes de menor nível socioeconômico. Entre as variáveis relacionadas à sua ocorrência, destacam-se os chamados fatores de risco modificáveis, os quais podem ser removidos ou controlados mediante mudanças no estilo de vida. Entre esses fatores destacam-se o tabagismo, o sedentarismo e os maus hábitos alimentares. A dieta, dessa forma, pode exercer um papel de proteção ou promoção das DCV, sendo a gordura saturada, dentre os fatores dietéticos, um importante agente deletério à saúde do coração. Todavia, mesmo pertencendo a esta categoria de lipídios, alguns triglicerídeos apresentam comportamento metabólico diferenciado em virtude de suas características estruturais, especialmente, o tamanho da cadeia hidrocarbonada. Assim, é possível que os triglicerídeos de cadeia média (TCM) não representem um fator de risco cardiovascular e, ao contrário, possam até exercer um efeito protetor. O coco é um produto bastante difundido no Nordeste brasileiro e seu óleo, rico em TCM, é amplamente utilizado pelas indústrias alimentícias, porém pouco aceito para uso dietético domiciliar, possivelmente em virtude da crença, sem fundamentação científica, de ser um possível agente hipercolesterolêmico. Desta forma objetivou-se verificar  o efeito do consumo de óleo de coco sobre os fatores de risco cardiovascular e composição corporal de mulheres obesas. Esta dissertação aborda essa temática por meio de dois artigos, sendo um deles de revisão da literatura e o outro apresentando os resultados de uma investigação conduzida em uma amostra de 40 mulheres (20 a 40 anos) portadoras de sobrepeso (25< IMC < 35 Kg/m2) e circunferência da cintura (CC) > 88cm,  aleatoriamente alocadas em 2 grupos, segundo o consumo de óleo de soja (S) ou óleo de coco (C). Procederam-se avaliações antropométricas e bioquímicas antes (T1) e após 12 semanas (T2) de suplementação lipídica. Os grupos consumiam diariamente 30 ml de óleo, respectivamente, de soja ou de coco, racionados nas três principais refeições. Os resultados demonstraram que os grupos apresentaram IMC semelhantes em T1  (31,1 ± 3,3 vs. 31,0 ± 3,6). Em  T2  houve redução significativa intragrupo mas não inter grupo  (30,7 ± 3,4 vs. 30,5 ± 3,6).  Houve redução significativa na CC no grupo C (98,8 ±  6,7 vs. 97,4±7,0; p=0,004) mas não no grupo S (97,1 ± 6,9 e 96,3 ± 5,35; p=0,48). Houve redução do nível de HDL no grupo S. Todos os demais parâmetros bioquímicos permaneceram inalterados em ambos os grupos (glicemia, HOMA S, HOMA % ?, insulina, triglicerídeos, colesterol total, fibrinogênio). Desta forma concluiu-se que o consumo diário de 30 g de óleo de coco nesta população por um período de 3 meses não causou dislipidemia e promoveu redução na CC.

Palavras-chave: ácidos graxos de cadeia média, ácido láurico, dislipidemias, antioxidantes.

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