Prevalência e fatores associados à hipertrigliceridemia em mulheres: estudo de base populacional em Alagoas

Autora: Tamara Rodrigues dos Santos

Data da defesa: 06/03/2018

Banca examinadora:

Prof. Dr. Haroldo da Silva Ferreira - orientador/presidente

Profª Drª Telma Maria de Menezes Toledo Florêncio - examinadora

Profª Drª Mônica Lopes Assunção - examinadora

Resumo geral:

A hipertrigliceridemia isolada (HTG) é uma doença crônica não transmissível caracterizada pelo acúmulo plasmático de lipoproteínas ricas em triglicerídeos – quilomícrons e/ou lipoproteínas de densidade muito baixa. Trata-se de um fator de risco independente para doenças cardiovasculares (DCV), especialmente a doença cardiovascular aterosclerótica. A elevação dos níveis plasmáticos de triglicerídeos (TG) apresenta etiologia multifatorial que inclui fatores não modificáveis, como genética e idade, e modificáveis, como hábitos alimentares inadequados, sedentarismo, tabagismo e etilismo. A identificação desses fatores nas diferentes populações é indispensável para a implementação de ações preventivas. Apesar da relevância clínica e epidemiológica da HTG como fator de risco para DCV, estudos de prevalência, a partir de inquéritos populacionais, são escassos no Brasil. No estado de Alagoas, o comportamento epidemiológico dessa patologia ainda é desconhecido. Visando auxiliar no preenchimento dessa lacuna e contribuir para a discussão dessa problemática, realizou-se a presente dissertação, a qual encontra-se constituída por dois capítulos, sendo um de revisão da literatura e um artigo original. A revisão da literatura contemplou os aspectos fisiológicos e epidemiológicos relacionados à HTG. O artigo original objetivou identificar a prevalência e os fatores associados à essa patologia em mulheres alagoanas. Trata-se de um estudo transversal, envolvendo amostra probabilística de 793 mulheres (20 a 49 anos). A HTG foi definida por nível de TG ≥ 150 mg/dL, determinados em gota de sangue obtida através de punção da polpa digital. Análise hierárquica por regressão de Poisson foi utilizada para identificar os fatores de risco associados à HTG (variáveis demográficas, socioeconômicas, de estilo de vida, estado nutricional e doenças crônicas). A prevalência de HTG foi de 30,6%. Os fatores de risco independentes associados à sua ocorrência foram o aumento da idade, a ingestão regular de bebida alcoólica, o consumo frequente de gordura de carne vermelha, a presença de excesso de peso (sobrepeso e obesidade) e a razão cintura-estatura elevada. Mulheres que apresentem as condições relatadas como fatores associados à HTG devem receber atenção prioritária nas ações preventivas, evitando as consequências adversas à saúde relacionadas à hipertrigliceridemia. Nesse cenário, o planejamento e a implementação de ações e programas de saúde pública que visem a prevenção dos casos de HTG, através da promoção de hábitos de vida saudáveis com consequente melhora no estado nutricional das mulheres alagoanas é fundamental para o controle e manejo da HTG.
Palavras-chave: Dislipidemias. Doenças cardiovasculares. Inquéritos epidemiológicos. Análise multivariável.

Trabalho completo disponível em breve.