Diabetes mellitus gestacional e fatores preditores entre mulheres de uma coorte de nascimento do Nordeste Brasil.

Autora: Shirley Vidal Amorim

Data da defesa: 31/03/2020

Banca examinadora:

  • Profª Drª Risia Cristina Egito de Menezes - presidente
  • Profª Drª Ana Paula Grotti Clemente - examinadora
  • Profª Drª Maria Alice Araújo Oliveira - examinadora

Resumo geral:

O diabetes mellitus gestacional (DMG) se configura como um importante problema de saúde pública global. A média da prevalência mundial é de 16,2% e no Brasil a prevalência pode variar entre 1 a 14%. Seu incremento na sociedade contemporânea vem exigindo a formulação de políticas públicas que englobem a diversidade de fatores relacionados à sua ocorrência. O DMG é a complicação metabólica mais frequente na gestação e nos últimos anos sua prevalência aumentou em várias regiões do mundo e diferentes países têm mostrado grandes variações nos resultados. A ausência de um critério diagnóstico universal, características étnicas raciais, fatores socioeconômicos e culturais e diferentes metodologias, dificultam a comparação direta dos estudos disponíveis, bem como a avaliação da estimativa global das taxas da referida doença. Nesse âmbito, e considerando os altos riscos de resultados adversos da gestação para o binômio materno-fetal deste agravo, torna-se importante investigar os fatores preditores ao seu desenvolvimento em mulheres brasileiras, uma vez que o reconhecimento da magnitude do problema é imprescindível para o desenvolvimento de ações voltadas para a prevenção e controle da doença. Visando contribuir com a discussão do problema, foram elaborados nesta dissertação um
capítulo de revisão da literatura e um artigo original. O capítulo de revisão aborda os critérios de diagnósticos, as prevalências de DMG em diversos países e no Brasil, principais fatores preditores e as estratégias adotadas pelo governo brasileiro e pelo poder público para enfrentamento da doença em questão. O artigo original objetivou descrever o diabetes mellitus gestacional (DMG) no pós-parto imediato e os fatores preditores entre mulheres de uma coorte de nascimentos de um município do nordeste brasileiro. Trata-se de um estudo transversal aninhado a uma coorte de nascimentos em 2017 intitulada Saúde, Alimentação, Nutrição e Desenvolvimento Infantil – SAND. A análise da prevalência e fatores preditores para o DMG incluiu aspectos sociodemográficos, demográficos, maternos, gestacionais e comportamentais das mulheres. Foi realizada regressão linear para a identificação dos preditores do DMG. Foram observadas maiores taxas de prevalência do DMG em mulheres com 35 anos ou mais de idade, que viviam com cônjuge, que apresentaram obesidade no pós-parto imediato e que consumiam carnes gordurosas. No modelo final da regressão linear foram fatores preditores para o DMG, a idade superior ou igual a 35 anos e obesidade no pós-parto imediato. Esses achados reforçam a necessidade de medidas fundamentadas em estratégias de prevenção e controle do agravo, que contribuam para reduzir a carga da referida doença e suas complicações, ainda presente de forma expressiva no país.

Palavras-chave: Diabetes mellitus gestacional. Fatores preditores. Prevalência.Brasil.

Trabalho completo indisponível.