Influência dos hábitos alimentares nos parâmetros bioquímicos e antropométricos de pacientes com doença hepática gordurosa não alcoólica
Autora: Renata Pereira da Silva
Data da defesa: 23/05/2011
Banca examinadora:
Profª Drª Suzana Lima de Oliveira – FANUT/UFAL - orientadora
Profª Drª Maria Goretti Pessoa De Araújo Burgos - UFPE - examinadora
Profª Drª Sandra Mary Lima Vasconcelos - FANUT/UFAL - examinadora
Resumo Geral:
A doença hepática gordurosa não alcoólica (DHGNA) corresponde a um espectro de lesões hepáticas que vão desde o simples acúmulo de triglicerídeos nos hepatócitos, a esteatose hepática, até a esteatohepatite não-alcoólica, que, além da esteatose, se apresenta como injúria inflamatória, fibrose e balonização dos hepatócitos, podendo eventualmente levar a cirrose e carcinoma hepatocelular. Sua prevalência tem aumentado em todo o mundo devido à forte relação com a obesidade e o diabetes melittus. A etiologia e a patogênese da DHGNA, apesar de não estarem totalmente elucidadas, mostram forte associação com a resistência à insulina, sendo, atualmente, considerada como a manifestação hepática da síndrome metabólica. Entretanto, pode ser desencadeada por outros fatores, como nutrição parenteral total prolongada, cirurgia bariátrica, desnutrição calórico-protéica e uso de drogas. Embora a prevalência verdadeira seja desconhecida, a DHGNA tem emergido como a condição crônica do fígado mais comum no mundo ocidental. Diante da falta de tratamento farmacológico eficaz, as recomendações atuais para o tratamento da DHGNA recomendam a perda de peso, através da adoção de dieta hipocalórica e a prática de exercícios físicos regulares como primeira opção no manejo desta desordem. O papel da dieta na regulação metabólica através do efeito em hormônios, em fatores de transcrição e no metabolismo lipídico é considerado fator chave na DHGNA. Entretanto, a composição dietética e a proporção ideal entre os nutrientes para promover melhora da saúde metabólica destes indivíduos ainda não foi estabelecida. Visando contribuir com a discussão, a presente dissertação apresenta um capítulo de revisão, intitulado Doença hepática gordurosa não-alcoólica: aspectos fisiopatológicos e nutricionais, que reúne informações da literatura científica acerca da DHGNA, abordando os aspectos gerais, a fisiopatologia, o diagnóstico, o tratamento e o papel da dieta no surgimento e na progressão da DHGNA. O segundo capítulo consta de um artigo original, fruto de um estudo intitulado Hábitos alimentares e sua relação com parâmetros antropométricos, bioquímicos e clínicos em pacientes com doença hepática gordurosa não-alcoólica, que investigou o consumo alimentar de indivíduos com DHGNA e a possível correlação entre a ingestão de nutrientes e variáveis antropométricas e bioquímicas nestes pacientes. Os resultados obtidos evidenciaram que os pacientes com DHGNA apresentaram valores aumentados de índice de massa corporal (IMC), circunferência abdominal (CA), glicemia de jejum, triglicerídeos, alanina aminotransferase, aspartato aminotransferase, gama glutamiltransferase, fosfatase alcalina, níveis diminuídos de HDL-c e maior ingestão de calorias, carboidratos, proteínas, ferro e zinco, quando comparados ao grupo controle. O consumo alimentar dos pacientes estudados pode estar associado aos fatores de risco relacionados à DHGNA e a doenças cardiometabólicas.
Palavras-chave: Doença hepática gordurosa não-alcoólica. Obesidade. Síndrome metabólica. Dieta. Fatores de risco cardiovasculares.