Data da defesa: 29/04/2015

Banca examinadora:

Profª Drª Terezinha da Rocha Ataíde – FANUT/UFAL - orientadora

Profª Drª Glaucevane da Silva Guedes - UFAL - examinadora

Profª Drª Gabriela Muniz de Albuquerque Melo - Faculdade Maurício de Nassau - examinadora

Resumo Geral:

A doença hepática gordurosa não alcoólica é caracterizada pelo acúmulo de triglicerídios, podendo levar a alterações morfológicas e funcionais nos hepatócitos, variando desde esteatose até hepatocarcinoma. A patogenia da doença envolve um desequilíbrio entre a produção e a degradação e/ou a exportação de triglicerídios. O diagnóstico é realizado através de métodos de imagem, exames bioquímicos e biópsia hepática, que é considerada o padrão-ouro. O tratamento específico ainda encontra-se mal definido, promovendo-se, geralmente, a terapêutica de comorbidades, através de estratégias e medicamentos para perda de peso, hipolipidemiantes e sensibilizadores da insulina, além de terapias alternativas, como a fitoterapia, um recurso de fácil acesso e baixo custo, caracterizado pelo tratamento de afecções através da utilização de substratos naturais de origem botânica. Visando contribuir com a discussão do problema, esta dissertação apresenta dois artigos: uma revisão da literatura a respeito do uso de fitoterápicos na doença hepática gordurosa não alcoólica e um segundo artigo, que objetivou analisar os efeitos bioquímicos e histológicos da administração do extrato aquoso de Baccharis trimera (carqueja), em ratos submetidos a protocolo de indução dietética de esteatose hepática. Este último, refere-se a um estudo experimental com duração de 30 dias, com 30 ratos Wistar, divididos em quatro grupos, o grupo LAB, que recebeu dieta comercial e administração oral de solução salina, o grupo AIN, que recebeu dieta indutora de esteatose hepática e administração de solução salina, o grupo CARQMIN, que recebeu a dieta indutora e o extrato da Baccharis trimera em sua menor dose (3 mg/dia) e o grupo CARQMAX, que recebeu a dieta indutora e o extrato aquoso da Baccharis trimera em sua maior dose (6 mg/dia). O ganho de peso e o consumo alimentar foram registrados durante todo período experimental, para o cálculo do coeficiente de eficiência alimentar (CEA). Foram realizadas análises fitoquímicas qualitativas do extrato aquoso da Baccharis trimera e determinações bioquímicas séricas de glicose, lipídios e provas de função e lesão hepática, e análise histológica do tecido hepático, para observação da presença e do grau de esteatose. O CEA aumentou em todos os grupos que receberam a dieta AIN, provavelmente em função da composição da dieta indutora. Em relação à análise fitoquímica qualitativa do extrato aquoso da Baccharis trimera, foram encontrados os seguintes metabólitos secundários: taninos, antocianidinas, antocioaninas, chalconas, auronas, flavononóis, flavononas, leucoantocianidinas, catequinas, flavonois, flavononois, flavononas, xantonas, triterpenóis e saponinas. Observou-se um aumento significativo nos valores de triglicerídios e da fração VLDL nos animais dos grupos tratados com a carqueja, quando comparados aos animais do grupo LAB. Para o colesterol total e o HDL, observou-se uma tendência de elevação nos animais tratados com a carqueja, especialmente em sua maior dose, em relação aos animais dos demais grupos. Curiosamente, o grupo AIN apresentou valores de AST inferiores aos dos demais grupos, e de ALT menores que os do grupo LAB. Embora não tenha havido diferença entre os grupos nem no número de casos de esteatose hepática (P=0,06), nem em seu estadiamento, o resíduo ajustado da frequência de ausência de esteatose para o grupo LAB foi de 2,8, indicando que este grupo apresentou uma frequência de ausência de esteatose maior que a do esperado pelo acaso. O uso do extrato aquoso da Baccharis trimera no presente estudo não preveniu, nem atenuou a esteatose hepática induzida pela dieta; além disso, tal uso promoveu alterações no perfil lipídico sérico dos animais.

Palavras-chave: esteatose hepática; Baccharis trimera; fitoterapia.

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