Efeito da ingestão da cafeína sobre o pacing durante provas de ciclismo de curta duração
Autor: Ralmony de Alcantara Santos
Data da defesa: 12/03/2012
Banca examinadora:
Prof. Dr. Adriano Eduardo Lima da Silva – FANUT/UFAL - orientadora
Prof. Dr. Rômulo Cássio de Moraes Bertuzzi - USP - examinador
Prof. Dr. Gustavo Gomes de Araujo - CEDU/UFAL - examinador
Resumo Geral:
O pacing é definido de acordo como um plano predeterminado consciente ou subconsciente na regulação da produção de potência, a fim de maximizar o desempenho sem causar danos irreparáveis a sistemas fisiológicos (ANSLEY et al., 2004). De acordo com Abbiss e Laursen (2008), em provas de ciclismo, existem diferentes tipos de pacing. Aisbett et al. (2009) realizaram um teste de ciclismo contra-relógio com duração de ~5 minutos e compararam diferentes tipos de pacing (início rápido, inicio lento e ritmo constante durante toda a prova). Desse modo, alguns profissionais vêm utilizando recursos ergogênicos (por exemplo: cafeína) em eventos esportivos com o propósito de protelar a fadiga e aprimorar o desempenho físico. Acredita-se que a cafeína possua mecanismos de ação central e periférica que podem desencadear importantes alterações metabólicas e fisiológicas. Assim, os principais mecanismos de ação da cafeína são: no sistema nervoso central, músculo esquelético (alterações nos íons sódio-potássio, inibição da enzima fosfodiesterase (PDE) e mobilização intracelular de cálcio) e oxidação das gorduras. Essa dissertação foi composta por dois artigos: um de revisão, abordando o uso da cafeína como um potente recurso ergogênico em provas de curta, média e longa duração no ciclismo. O segundo foi uma pesquisa experimental, com objetivo de verificar o efeito da suplementação de cafeína sobre o pacing durante uma prova de ciclismo de curta duração (4000m). A amostra foi composta por oito ciclistas recreacionais (26 a 43 anos). Uma hora antes de iniciar o experimento, os ciclistas receberam uma cápsula contendo cafeína (CAF) ou placebo (PLA) de 5mg/kg de peso corporal, usando um protocolo de administração duplo-cego e contrabalançado. A CAF teve efeito sobre a produção de potência média (PPM) e tempo final. Além disso, a produção de potência (PP) nos intervalos a cada 200 (1200, 1400, 2200, 2400 e 2600m) e 1000m (1000-2000 e 2000-3000m) foram maiores na condição CAF quando comparado com PLA (p < 0,05). Já a Pan nos intervalos a cada 200 (2200, 2400 e 2600m) e 1000m (2000-3000m) foi maior em CAF do que PLA. Contudo, a Paer não diferiu significativamente entre os tratamentos. A eletromiografia integrada (iEMG) média do músculo vasto lateral (VL) não foi diferente entre as condições CAF e PLA. Entretanto, iEMG do VL a cada 200 (2000-3000m) e 1000m (1200 e 2400m) foi menor do que PLA, exceto no 3800 m, PLA foi maior do que CAF. A frequência cardíaca (FC), percepção subjetiva esforço (PSE) e a concentração de lactato sanguíneo [La] não foram significativamente diferentes em ambos os tratamentos. Os resultados da presente investigação demonstram que a dose de 5mg/kg de peso corporal de cafeína aprimorou o desempenho dos atletas durante a prova CR.
Palavras-chave: pacing; potência anaeróbia; cafeína; eletromiografia; provas contra-relógio; desempenho.