Tendência temporal da frequência de fatores de risco cardiovascular e de  complicações associadas em indivíduos adultos hipertensos de Maceió, 2007-2009 e 2013-2016

Autor: Raphael Henrique Maciel Gomes

Data da defesa: 07/10/2021

Banca examinadora:

  • Profª Drª Sandra Mary Lima Vasconcelos - presidente
  • Prof Dr Jonas Augusto Cardoso da Silveira - examinador
  • Profª Drª Tatiana Maria Palmeira dos Santos - examinadora
  • Profª Drª Myrtis Katille de Assunção Bezerra - examinadora

Resumo geral:

As doenças cardiovasculares (DCV) estão entre as principais causas de morbimortalidade no mundo. Estima-se que cerca de 17,7 milhões de pessoas morreram devido a complicações cardiovasculares em 2015, contabilizando 31% das mortes por todas as causas.  Considerando países de média e baixa renda os índices ganham ainda maior proporção, a exemplo do Brasil onde mais 200 mil mortes, registradas apenas em 2015, foram ocasionadas por doenças relacionadas ao sistema circulatório. Outrossim, tem sido relatado uma maior prevalência de fatores de risco cardiovascular em países em desenvolvimento onde a hipertensão arterial sistêmica (HAS), por exemplo, atinge cerca de um terço de indivíduos adultos e mais da metade do número total de idosos, contribuindo direta ou indiretamente para cerca de metade das mortes por DCV. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), um pequeno conjunto de preditores de risco corresponde a grande parcela das mortes por complicação cardiovascular e por considerável fração das comorbidades atribuídas a essas enfermidades. Isso posto, este trabalho, estruturado em duas partes: uma revisão da literatura e um artigo original, tem por objetivo investigar a tendência temporal da prevalência de fatores de risco cardiovascular e complicações associadas em indivíduos adultos hipertensos de Maceió, Alagoas, com dados de dois inquéritos realizados no âmbito do Programa de Pesquisa para o SUS, entre os anos de 2007 e 2016. A amostra desse estudo foi composta por 246 indivíduos adultos hipertensos de ambos os sexos, que tiveram avaliados os fatores de risco: tabagismo, sedentarismo, antecedentes familiares (AF), baixa estatura, sobrepeso/obesidade (SBP/OB), obesidade (OB), razão cintura x estatura (RCE), índice de conicidade (IC) e obesidade abdominal (OA), e as complicações associadas: doença renal (DR), infarto agudo do miocárdio, outras  coronariopatias e acidente vascular cerebral (AVC). Foi utilizada a regressão de Poisson, com ajuste robusto da variância na análise bruta e multivariada, para analisar a razão de prevalência (RP) das variáveis estudadas. Neste estudo RCE, OAC, IC, SBP/OB e AF apresentaram as maiores prevalências: 93%, 87,9%, 87,5%, 77,2% e 55,7% respectivamente e, após ajuste para sexo e idade, SBP/ObB (RP=1,22; IC95%: 1,02-1,45) e DR (RP=9,16; IC95%: 1,25-66,96) apresentaram evolução percentual positiva e significativa. Dessa forma, as altas prevalências e os incrementos nas suas variações revelam uma importante condição de risco entre os hipertensos, localizando o sobrepeso/obesidade como o FRCV que vem se potencializando, bem como o desfecho doença renal que resulta do mau controle da HAS. Estes resultados podem orientar a tomada de decisão e a elaboração, implementação e monitoramento de políticas públicas mais assertivas no enfrentamento aos fatores de risco cardiovascular.

Palavras-chave: doenças cardiovasculares, hipertensão, adultos, estudos de séries temporais.

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