Prevalência, tendência temporal e fatores associados à anemia em crianças quilombolas de Alagoas

Autora: Laíse Gabrielly Matias de Lima Santos

Data da defesa: 25/03/2020

Banca examinadora:

  • Prof. Dr. Haroldo da Silva Ferreira - presidente
  • Profª Drª Risia Cristina Egito de Menezes - examinadora
  • Profª Drª Marly Augusto Cardoso - examinadora

Resumo geral:

O objetivo deste estudo foi investigar a tendência temporal da prevalência de anemia em crianças das comunidades quilombolas de Alagoas. Trata-se de um estudo de série temporal, baseado em dois inquéritos domiciliares realizados em 2008 (n=950) e 2018 (n=426), envolvendo amostra representativa das crianças de seis a 59 meses. A anemia foi diagnosticada pela concentração de hemoglobina <110g/L em sangue capilar (HemoCue®). As prevalências entre os dois inquéritos foram descritas percentualmente e a medida de associação foi a razão de prevalência (RP) e IC95%, calculados por regressão de Poisson com variância robusta. As prevalências de anemia em 2008 e 2018 foram, respectivamente, 53,0% (IC95%: 49,8-56,1) e 38,0% (IC95%: 33,4-42,7), configurando um declínio de 28% (RP=0,71; IC95%: 0,63-0,82). Na comparação segundo as faixas etárias, foram observadas diferenças significantes, com valores mais altos entre as crianças menores de 24 meses: 72,0% vs 44,0% em 2008 (RP=1,64; IC95%:1,47-1,83) e 54,8% vs 28,2% em 2018 (RP=1,94; IC95%: 1,53-2,46). Quanto ao sexo, não houve diferença estatística
no inquérito de 2008, mas em 2018 os meninos foram mais acometidos do que as meninas: 43,8% vs 32,4% (RP=1,35; IC95%: 1,00-1,84). Conclui-se que a prevalência da anemia vem apresentando tendência de declínio nos últimos anos. No entanto, persiste como um relevante problema de saúde pública entre as crianças das comunidades quilombolas de Alagoas, sobretudo entre as menores de dois anos. Gestores e profissionais de saúde devem estar atentos aos dados aqui apresentados visando à implementação de medidas de atenção, haja vista os danos causados pela anemia à saúde infantil.

Palavras-chave: Inquéritos epidemiológicos. Anemia. Saúde de grupos específicos. Fatores de risco.

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