Acurácia do escore de Framingham e da versão simplificada do escore de risco global na detecção do risco cardiovascular em mulheres afrodescendentes

Autora: Andressa Lima Cavalcante

Data da defesa: 16/03/2020

Banca examinadora:

  • Prof. Dr. Haroldo da Silva Ferreira - presidente
  • Profª Drª Maria Izabel Siqueira de Andrade - examinadora
  • Prof. Dr. Luiz Antonio dos Anjos - examinador

Resumo geral:

Antecedentes: As doenças cardiovasculares (DCV) causam graves problemas de saúde pública devido à sua alta morbimortalidade, afetando a qualidade de vida das pessoas, principalmente aquelas em vulnerabilidade social, devido à sua exposição no maior número de fatores de risco. No Brasil, uma população quilombola, formada por descendentes de escravos africanos, encontra-se historicamente submetida a precárias condições socioeconômicas. Visando a prevenção, o diagnóstico e o tratamento precoce do DCV, a Organização Mundial de Saúde recomenda o monitoramento de risco cardiovascular (RCV), para o que, três principais instrumentos disponíveis: o Escore de Framingham (EF), o Escore de Risco Global (ERG) e o ERG simplificado (ERGs). No entanto, não existe consenso no Brasil sobre qual dessas alternativas utilizar. A simplificação do ERG fornece o índice de massa corporal (IMC; kg / m2) em substituição à determinação laboratorial do lipidograma, ou o que torna mais acessível para uso na maioria das situações. Contudo, não existem estudos sobre o quanto esse indicador de afrodescendentes. Métodos: Estudo transversal envolvendo amostra representativa das mulheres quilombolas (19 a 59 anos) de Alagoas. Para calcular os indicadores de RCV, foram incluídas as seguintes informações: idade, colesterol total, HDL, pressão arterial sistólica, diabetes, tabagismo e IMC. O EF, o ERG e os ERGs foram calculados a partir do somatório das pontuações atribuídas às suas variações. Utilize a curva ROC para comparar a precisão do EF e dos ERGs como preditor de RCV, assumindo o ERG como padrão. Omelhor ponto de corte foi estabelecido pelo maior índice Youden. Resultados: Foram investigadas 1.015 mulheres, das quais, 16,4% apresentaram RCV maior segundo o ERG. Todos os escores especificados estão sob uma curva (AUC)> 0,9. O melhor desempenho foi observado quando atribuiu um ponto de corte ≥13 ao ERGs (AUC = 0,99; sensibilidade = 0,94; especificidade = 0,94) e ≥11 ao EF (AUC: 0,91; sensibilidade = 0 , 93; especificidade = 0,74). Conclusões: Em populações afrodescendentes, o ERG produz resultados semelhantes aos obtidos com o ERG. Sendo um recurso de baixo custo, fácil de operar e pouco invasivo, pode ser uma alternativa interessante para a identificação de RCV em mulheres negras, possibilitando a orientação das atividades de prevenção do DCV.

Palavras-chave: Grupo   com   Ancestrais   do   Continente   Africano.   Aterosclerose. Atenção Primária à Saúde.

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