Dieta com redução de carboidratos para o tratamento da doença hepática gordurosa não alcoólica
Autora: Márcia Mirelly dos Santos Silva
Data da defesa: 27/07/2016
Banca examinadora:
Prof. Dr Nassib Bezerra Bueno – FANUT/UFAL - orientador
Profª Drª Suzana Lima de Oliveira- FANUT/UFAL - examinadora
Profª Drª Juliana Célia Farias Silva - FANUT/UFAL - examinadora
Resumo Geral:
A doença hepática gordurosa não alcoólica (DHGNA) é uma condição clínica muitas vezes assintomática, causada pelo acúmulo de gordura no fígado, ultrapassando cerca de 5% a 10% do peso do órgão, sem relação com uso abusivo de álcool. Estima-se que em países desenvolvidos a prevalência varie entre 1% a 30% dos adultos. No Brasil ainda não se sabe qual é a real prevalência da doença. A DHGNA está associada com doenças crônicas como obesidade, dislipidemia, síndrome metabólica e resistência à insulina; esta última aparece em cerca de 75% dos indivíduos portadores desta enfermidade. Embora não se saiba exatamente qual é o mecanismo desencadeador da DHGNA, a proposta mais bem aceita é a teoria dos “dois hits”, ou seja, acredita-se que o surgimento e o agravamento da doença ocorram em dois momentos: o primeiro “hit” seria o acúmulo de gordura no parênquima hepático e o segundo “hit” constituiria os ataques causados por lipopolissacarídeos, vírus ou álcool, que levam ao estresse oxidativo, degradação oxidativa de lipídios e liberação de citocinas inflamatórias, que causam lesão celular, inflamação e fibrose. Esta dissertação está dividida em duas partes: a primeira é um capítulo de revisão narrativa, intitulado: Doença hepática gordurosa não alcoólica: etiologia, progressão, diagnóstico e tratamento, que trata dos principais achados da DHGNA, nos aspectos apresentados. A segunda parte é um artigo original de revisão sistemática com metanálise de cinco ensaios clínicos aleatórios, cujo objetivo foi o de avaliar os efeitos de uma dieta reduzida em carboidratos sobre os níveis sanguíneos das enzimas hepáticas ALT e AST, como desfecho primário, de indivíduos com DHGNA, quando comparados àqueles submetidos à uma dieta sem redução de carboidratos. Nos desfechos secundários, foi investigada melhora do peso corporal, perfil lipídico sérico (colesterol total, triglicerídeos, HDL-c) e glicemia. Os resultados mostraram que não houve diferenças significativas entre os grupos intervenção e controle para todas as variáveis analisadas. Embora perceba-se a necessidade de estudos que envolvam dietas mais restritivas, portanto, com maior probabilidade de induzir efeitos benéficos mais robustos e evidenciar melhora plasmática de aminotransferases, no contexto da DHGNA, a metanálise aqui realizada mostrou que não existem evidências disponíveis que apontem um efeito benéfico de dietas reduzidas em carboidratos no tratamento da doença, tomando-se como referência os níveis séricos das aminotransferases.
Palavras-chave: doença hepática gordurosa não alcoólica. Redução de carboidratos. Aminotransferases. Metanálise.
Trabalho completo indisponível.