Avaliação toxicológica subcrônica do consumo de óleo de coco
Autora: Ariana de Alencar Gonçalves Ferreira do Amaral
Data da defesa: 29/04/2013
Banca examinadora:
Profª Drª Suzana Lima de Oliveira – FANUT/UFAL - orientadora
Prof. Dr. Luciano Aparecido Meireles Grillo - ESENFAR/UFAL - examinador
Prof. Dr. Euclides Maurício Trindade Filho - UNCISAL - examinador
Resumo Geral:
O óleo de coco, obtido do fruto abundante na região Nordeste do Brasil, é rico em ácidos graxos saturados, especialmente ácido láurico, e tem despertado especial interesse das indústrias química, farmacêutica e de alimentos devido a suas propriedades antivirais, antifúngicas e bactericidas, além da capacidade antioxidante, atribuídas ao ácido láurico e aos componentes minoritários. Apesar da preocupação com a segurança deste produto para o consumo e sua repercussão em doenças cardiovasculares, estudos têm demonstrado que o consumo do óleo de coco virgem, aquele obtido através da extração da polpa seca, prensada a frio, que mantém componentes biologicamente ativos como vitamina E e polifenóis, não apresenta riscos para a saúde. Sua composição em ácidos graxos de cadeia média tem tornado significativa sua utilização em tratamentos de obesidade, de desordens absortivas relacionadas ao consumo de ácidos graxos de cadeia longa, e ainda, na dieta cetogênica para portadores de epilepsia fármaco-resistente. Visando contribuir com a discussão do problema, esta dissertação apresenta duas seções principais: um capítulo de revisão da literatura, com os principais aspectos nutricionais e usos terapêuticos do óleo de coco, demonstrando sua utilização promissora no tratamento de várias desordens, e o artigo de resultados, que se refere a um estudo experimental com ratos Wistar recém desmamados, que receberam dieta padrão, dieta à base de óleo de coco ou dietas cetogênicas à base de óleo de soja ou óleo de coco. Os animais que receberam dietas de concentração lipídica regular apresentaram maior ganho de peso que os grupos cetogênicos, independente da fonte lipídica, que por sua vez, exibiram valores significativamente menores de concentração sérica de triglicerídeos, colesterol total e LDL+VLDL, em comparação aos animais controle. A análise histológica revelou menos da metade do número de casos de esteatose hepática nos animais alimentados com dieta cetogênica à base de óleo de soja e óleo de coco, bem como grau de severidade menor do que aqueles submetidos a dieta padrão. Variáveis como ganho de peso, colesterol total e LDL+VLDL evidenciaram potencial efeito protetor do óleo de coco. Tal efeito, associado às evidências clínicas de sucesso do uso de óleo de coco em algumas desordens metabólicas, desperta o interesse em investigações futuras de sua aplicação terapêutica em outras desordens.
Palavras-chave: Avaliação toxicológica, dieta cetogênica, óleo de coco.