Prevalência e fatores associados ao excesso de peso em menores de cinco anos do Estado de Alagoas

Autora: Tathyana Emídio do Nascimento Barros

Data da defesa: 11/05/2015

Banca examinadora:

Prof. Dr. Haroldo da Silva Ferreira – FANUT/UFAL - orientador

Prof. Dr. Jonas Augusto Cardoso da Silveira - UNIFESP - examinador

Profª Drª Risia Cristina Egito de Menezes - UFAL - examinadora

Resumo Geral:

A obesidade é um problema de saúde pública mundial, de etiologia multifatorial e associada a efeitos deletérios à saúde em curto e longo prazos. Crianças que desenvolvem excesso de peso corporal estão mais susceptíveis a se tornarem adultos obesos e a desenvolverem as comorbidades associadas a essa condição, sobretudo as doenças cardiovasculares. Essa dissertação se propõe a abordar o problema do excesso de peso por meio de dois estudos, os quais estão apresentados sob a forma de artigos científicos. O primeiro consiste em uma revisão sistemática da literatura que teve por objetivo identificar os fatores associados ao excesso de peso em menores de cinco anos no Brasil. Em fevereiro de 2015, realizou-se uma busca sistemática nas bases Scielo, PubMed e Scopus, a estratégia de busca foi estruturada com base no modelo PICOCS (Population, Intervention, Comparison, Outcome, Context, Study design), os descritores utilizados foram children AND factors associated AND overweight AND Brazil AND cross-sectional studies e suas respectivas palavras correlatas unidas pelo termo booleano OR. Foram localizados 2011 artigos. Após os procedimentos de análise, 29 artigos foram selecionados para compor o estudo. Verificou-se que os principais fatores associados foram excesso de peso ao nascer, maior ganho de peso nos primeiros meses de vida, idade da criança menor que 24 meses, menor período de aleitamento materno predominante, consumo alimentar elevado da criança, excesso de peso materno, trabalho materno remunerado e renda familiar per capita ≥2 salários mínimos. O segundo artigo teve por objetivo identificar a prevalência e os fatores associados ao excesso de peso em crianças do estado de Alagoas. Para isso, realizou-se um estudo transversal envolvendo amostra probabilística de 951 crianças menores de cinco anos. A variável dependente foi o excesso de peso definido por um Índice de Massa Corporal para Idade (IMC/I) > 2,0 desvios padrão em relação ao padrão WHO-2006. As variáveis sexo, idade, peso e altura foram processadas no aplicativo Anthro para obtenção dos escores z do IMC/I. As variáveis independentes foram as relacionadas às mães (idade, condição de trabalho, escolaridade, estado nutricional, ganho de peso gestacional, problemas de saúde durante a gestação), às crianças (sexo, idade, peso ao nascer, aleitamento materno, consumo alimentar e nível de atividade física) e às variáveis demográficas e socioeconômicas da família (localização geográfica, renda total e per capita, classificação econômica, acesso a programas de transferência de renda, número de pessoas no domicílio e segurança alimentar). Usou-se com medida de associação a razão de prevalência (RP) e respectivo IC95%, calculados por regressão de Poisson, com ajuste robusto da variância, tanto na análise bruta, quanto na ajustada. Nesta, foram consideradas as variáveis que na análise bruta atingiram p<0,2. Associações significantes foram consideradas quando p<0,05. Foram estudadas 951 crianças menores de cinco anos. A prevalência de excesso de peso foi de 16,0, tendo como fatores associados após análise multivariável as seguintes variáveis: obesidade materna (RP=2,12; IC95% 1,06-4,25), o excesso de peso ao nascer (RP=3,26; IC95% 1,70-6,27) e o escore de consumo alimentar de risco > 12 –16 (RP=2,38; IC95% 1,45-3,91). A prevalência de excesso de peso observada ultrapassou a frequência aceitável para uma população saudável. Os fatores associados sugerem que as medidas de intervenção podem ser mais efetivas se tiverem como foco a alimentação da família e reiteram a complexidade etiológica do excesso de peso em crianças. Assim, sua abordagem deve ser multisetorial, multiprofissional e interdisciplinar. Gestores e profissionais de saúde devem considerar os fatores de risco ora caracterizados quando do planejamento das intervenções dirigidas ao problema.

Palavras-chave: obesidade, fatores de risco, consumo alimentar.

Trabalho completo indisponível.