Prevalência e fatores associados ao aleitamento materno exclusivo em crianças menores que 2 anos do Estado de Alagoas

Autora: Janayna Lima de Melo Barbosa

Data da defesa: 26/06/2015

Banca examinadora:

Profª Drª Haroldo da Silva Ferreira - orientador

Profª Drª Sabrina Joany Felizardo Neves - UFAL - examinadora

Profª Drª Maria de Lourdes Fonseca Vieira - UFAL - examinadora

Resumo Geral:

O aleitamento materno proporciona diversos benefícios à saúde da mãe e do lactente, fortalece o vínculo mãe-filho, determinando reflexos positivos para a saúde pública. Além das propriedades nutricionais e imunológicas, favorecendo o desenvolvimento saudável da criança, existem evidências de que o leite materno previne o surgimento de uma série de condições crônicas na idade adulta, tais como a obesidade, o diabetes e as doenças cardiovasculares. Em 2001, a Organização Mundial de Saúde recomendou que o aleitamento materno exclusivo ocorresse até o sexto mês de vida do lactente, assegurando que essa prática garante a melhor forma de alimentar uma criança nessa faixa etária. A partir de então, o poder público tem instituído uma série de ações e políticas tendo como objetivo o alcance dessa meta. Todavia, no Brasil a prevalência de aleitamento materno exclusivo até os seis meses de vida ainda se encontra muito aquém do que é preconizado. Diante disso, profissionais de diversas instituições de pesquisa têm buscado identificar os fatores que possam promover ou dificultar o êxito em amamentar, possibilitando implementar ações mais efetivas de incentivo ao aleitamento materno exclusivo por seis meses. Esta dissertação é parte integrante do II diagnóstico de saúde da população materno-infantil do estado de Alagoas e teve como objetivo caracterizar a prática do aleitamento materno no Estado. Para isso, elaborou-se um capítulo de revisão da literatura, visando fazer uma apresentação dos principais fundamentos teóricos que norteiam o tema, e um artigo original, o qual teve por objetivo descrever a prevalência e os fatores associados ao aleitamento materno exclusivo por 6 ou mais meses em crianças menores que 2 anos do estado de Alagoas. Os dados utilizados nesse artigo são provenientes de um inquérito transversal envolvendo amostra probabilística de 485 crianças menores de 24 meses, sendo a amostra representativa das crianças do estado de Alagoas nessa faixa etária. A variável dependente foi o aleitamento materno exclusivo por seis ou mais meses, categorizado de forma dicotômica (sim/não). Os fatores investigados como fatores de risco ou de proteção foram as variáveis demográficas, socioeconômicas, fatores relacionados à família, à mãe e à criança. Para a análise da duração do aleitamento materno exclusivo e do aleitamento materno predominante utilizaram-se as curvas de sobrevida de Kaplan-Meier. Para identificar associações entre variáveis categóricas usou-se o teste qui-quadrado. A medida de associação utilizada foi a razão de prevalência (RP) e respectivo IC95%, calculados por regressão de Poisson com ajuste robusto da variância. Na análise ajustada realizou-se análise hierárquica, também utilizando-se a regressão de Poisson. Na análise não ajustada, as categorias das variáveis que se associaram significantemente (p≤0,05) ao aleitamento materno exclusivo por seis ou mais meses foram beneficiário de programa social do governo, não possuir histórico de aborto, excesso de ganho de peso gestacional, receber orientação sobre aleitamento materno, mamou na primeira hora após nascimento e não uso de chupeta. Para a análise hierárquica, essas variáveis, juntamente com aquelas que atingiram um nível de significância de 20% (p≤0,2) foram distribuídas segundo três blocos de determinação: distal (beneficiário de programa social do governo), intermediário (Faixa etária da mãe > 30 anos, escolaridade materna ≥ 8 anos, mãe não trabalhar, nº de consultas pré-natal ≥ 6, não possuir histórico de aborto, excesso de ganho de peso gestacional) e proximal (receber orientação sobre aleitamento materno, mamou na primeira hora após nascimento e não uso de chupeta). No modelo final permaneceram as variáveis que em seu respectivo bloco alcançaram p<0,05. A prevalência de crianças que atingiram o sexto mês de vida em aleitamento materno exclusivo foi de 21,4%. Em toda a amostra, as medianas da idade das crianças relativas a essas duas condições foram, respectivamente, 2,23 meses e 3,98 meses. Os fatores que se associaram de forma independente ao aleitamento materno exclusivo por seis ou mais meses foram: receber orientação sobre aleitamento materno no pré-natal por profissionais de saúde (RP = 2,47; IC95%: 1,0 - 6,2), mamou na 1ª hora após o nascimento (RP = 1,89 ;IC95%: 1,1 - 3,2) e o não uso de chupeta (RP = 3,3; IC95% 1,8 - 6,0). Em Alagoas, a prevalência de aleitamento materno exclusivo por seis ou mais meses. Os fatores aqui identificados como associados ao êxito dessa recomendação devem ser implementados de forma mais abrangente no âmbito dos serviços de atenção básica de saúde, o que seguramente aumentará a efetividade do Programa Nacional de Incentivo ao Aleitamento Materno.

Palavras-chave: aleitamento materno exclusivo, fatores associados, epidemiologia.

Trabalho completo indisponível.