Prevalência de níveis pressóricos elevados em escolares do município de Maceió, Alagoas

Autora: Glícia Maris Albuquerque Lúcio

Data da defesa: 24/04/2014

Banca examinadora:

Prof. Dr. Haroldo Da Silva Ferreira – FANUT/UFAL - orientador

Profª Drª Alane Cabral Menezes de Oliveira - FANUT/UFAL - examinadora

Profª Drª Andhressa Araújo Fagundes - UFS - examinadora

Resumo Geral:

A  hipertensão  arterial  (HA)  é  definida  como  uma  síndrome  multifatorial  caracterizada  pela presença  de  níveis  tensionais  elevados,  associados  a  alterações  metabólicas,  hormonais  e fenômenos  tróficos,  que  consistem  na  hipertrofia  cardíaca  e  vascular.  Sua  prevalência  tem aumentado  consideravelmente,  afetando  cerca  de  600  milhões  de  pessoas  em  todo  o  mundo  e causando  7,1  milhões  de  mortes.  No  Brasil,  ainda  não  há  estudos  de  abrangência  nacional envolvendo  amostras  representativas  das  crianças.  Entretanto,  estudos  pontuais  têm demonstrado  prevalências  entre  2,3%  e  44,7%.  As  evidências  demonstram  que  a  criança hipertensa  de  hoje  pode  se  tornar  o  adulto  hipertenso  de  amanhã.  Portanto,  identificar  a prevalência  de  HA  e  os  fatores  associados  à  doença,  em  crianças,  torna-se  fundamental  para nortear  as  políticas  públicas  voltadas  à  prevenção  da  HA. Neste  aspecto,  a  investigação  sobre  a saúde  da  criança  no  ambiente  escolar  constitui-se  em  importante  estratégia,  seja  pela  maior facilidade  de  acesso,  bem  como  pela  possibilidade  de  instituição  oportuna  de  medidas  de prevenção e controle. Nesse aspeto, são escassos os estudos que avaliam, comparativamente, as crianças  matriculadas  em  escolas  públicas  e  privadas.  Esta  dissertação  teve  como  finalidade abordar  a  questão  da  PA  elevada  em  escolares  segundo  a  dependência  administrativa  do estabelecimento  de  ensino  (público  ou  privado).  Para  tal  fim,  está  composta  por  dois  artigos:  o primeiro,  uma  revisão  sistemática,  teve  por  objetivo  identificar  a  prevalência  e  os  fatores associados  à  HA  em  crianças,  tendo  por  base  estudos  realizados  em  diferentes  contextos geográficos do Brasil. Já o segundo, um artigo original, teve por  objetivo verificar a prevalência de níveis  pressóricos  elevados  em  escolares  do  município  de  Maceió,  Alagoas.  Para  este  artigo, adotou-se como ponto de corte para a classificação da pressão arterial, as normas propostas pelo National  High  Blood  Pressure  Education  Program  Working  Group  on  High  Blood  Pressure  in Children  and Adolescents.  Foram estudadas 1.258 crianças com idades entre 9  e  11 anos, sendo 814  (64,7%) da rede pública e 444 (35,3%) da rede privada de ensino. Para comparar proporções, utilizou-se  o teste qui-quadrado. A razão de prevalência (RP) e seu intervalo de confiança a 95% (IC95%) foi utilizada com medida de associação. Esses parâmetros foram calculados por regressão de Poisson com ajuste robusto de variância. Em todas as situações, diferenças significantes foram assumidas  quando  p<0,05.  Todos  os  cálculos  foram  procedidos  com  o  software  Stata  12.0.  A prevalência de níveis pressóricos elevados foi de 36,1%. A pressão arterial elevada apresentou-se independentemente  associada  ao  excesso  de  peso   (57,5%  vs.  28,2%;  RP=2,04%;  IC95%:  1,77  a 2,34) e com o fato de estudar em escola privada (48,1%  vs.  29,5%; RP=1,62; IC95%: 1,41  a  1,88). Não foram verificadas associações significantes com raça e sexo. Concluiu-se que a prevalência de PA  elevada  encontrada  apresentou  magnitude  que  justifica  a  implementação  de  ações  de prevenção e controle, sobretudo naquelas crianças que apresentam excesso de peso e estudam em instituições privadas.

Palavras-chave: hipertensão arterial, níveis pressóricos, escolares, crianças.

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