Nível de conhecimento nutricional versus hábitos alimentares e estado nutricional de hipertensos e diabéticos usuários de uma unidade básica de saúde de Maceió, Alagoas

Autora: Lidia Bezerra Barbosa

Data da defesa: 25/02/2014

Banca examinadora:

Profª Drª Sandra Mary Lima Vasconcelos – FANUT/UFAL - orientadora

Profª Drª Leiko Asakura - FANUT/UFAL - examinadora

Profª Drª Maria da Penha Baião Passamai - UECE - examinadora

Resumo Geral:

O papel da alimentação e nutrição no desenvolvimento do processo saúde-  doença tem sido bem  documentado  principalmente  no  que  diz  respeito  ao  consumo  excessivo  de  alimentos ricos em carboidratos simples, gordura trans e sódio e ao surgimento das doenças crônicas não transmissíveis.  Assim,  saber  o  nível  de  conhecimento  nutricional  de  determinada  população vem  sendo  proposto  por  algumas  pesquisas  como  um  indicador  capaz  de  influenciar  nas escolhas alimentares e, possivelmente, se associar com o estado nutricional e comportamento alimentar.  Objetivo:  avaliar  o  nível  de  conhecimento  nutricional  (CN)  de  hipertensos  e diabéticos acompanhados pela Estratégia  Saúde da Família de uma Unidade Básica de Saúde de Maceió, Alagoas, bem como verificar associação entre este e as condições socioeconômicas e  demográficas,  o  estado  nutricional,  o  estilo  de  vida  e  o  consumo  alimentar.  Métodos:  Foi realizado estudo transversal de amostra não probabilística. A classificação socioeconômica da população  participante  deste  estudo  foi  realizada  por  meio  do  Critério  de  Classificação Econômica  Brasil  (CCEB,  2013).  O  estado  nutricional  foi  avaliado  segundo  índice  de  massa corporal  (IMC),  circunferência  da  cintura  (CC)  e  circunferência  do  pescoço  (CP);  o  consumo alimentar por meio de um questionário de frequência alimentar validado para a população de hipertensos  e  diabéticos  de  Maceió,  Alagoas;  o  estilo  de  vida  sobre  a  prática  de  atividade física,  tabagismo  e  etilismo  (presença,  ausência  ou  ex-  tabagista/etilista).   O  CN  foi  avaliado com um questionário de conhecimento em nutrição para adultos validado. Resultados: Foram estudados 52 pacientes, 26,9%do sexo masculino e 73,1% do sexo  feminino e idade média de 49,54±  8,44  anos.  50%  (n=26)  encontravam-se  na  classe  econômica  C2  e  51,9%  (n=27) possuíam apenas o ensino fundamental incompleto. 67,3% referiram não ser tabagistas, 69,2% não  consumiam  bebida  alcoólica  e  80,8%  eram  sedentários.  53,8%  (n=28)  da  amostra apresentou obesidade, 82,7%(n=43) adiposidade andróide e 80,8% (n=42) estavam com a CP elevada.  A  avaliação  do  consumo  alimentar  apontou  um  consumo  de  porções  de  legumes, verduras e laticínios abaixo do recomendado pelo  Guia Alimentar para População Brasileira: o grupo dos legumes e verduras 1,78 ± 1,04 porções  vs  3 porções recomendadas, e , do leite e derivados  2,00  ±  1,73  porções  vs  3  porções  recomendadas.  76,9%  (n=40)  dos  indivíduos apresentaram  nível  de  CN  na  categoria  “intermediário”.  A  pontuação  média  geral  baseada atingiu 60,45% do percentual de acertos. Verificou-se associação estatisticamente significativa entre  o  CN,  idade,  CP  e  consumo  de  frutas,  legumes  e  verduras:  um  maior  conhecimento esteve  relacionado  a  idade  mais  jovem,  a  valores  da  CP  dentro  da  normalidade  e  maior consumo  de  frutas,  legumes  e  verduras.  Conclusão:  A  associação  verificada  entre  o  CN  e  as variáveis  idade,  CP  e  consumo  de  frutas,  legumes  e  verduras  permite  concluir  que  o aprimoramento do conhecimento de hipertensos e diabéticos sobre nutrição e alimentação pode ser uma ferramenta útil para prevenção e tratamento destas enfermidades.

Palavras-chave:  conhecimentos,  atitudes  e  prática  em  saúde;  estado  nutricional; consumo alimentar; hábitos alimentares.

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