Fatores de risco para saúde mental materna e o seu impacto sobre o estado nutricional infantil

Autora: Adriana Toledo de Paffer

Data da defesa: 15/01/2009

Banca examinadora:

Prof. Dr. Cláudio Torres De Miranda – FANUT/UFAL - orientador

Profª Drª Darci Neves Santos - UFBA - examinadora

Prof. Dr. Haroldo Da Silva Ferreira - FANUT/UFAL - examinador

Resumo Geral:

Os transtornos mentais comuns (TMC) resultam da interação de múltiplos fatores (biológicos, psicológicos e sociais), apresentando alta prevalência, sobretudo em mulheres.

Vários estudos mostram associação entre TMC e a desnutrição de seus filhos, particularmente nos 2 primeiros anos de vida, quando uma boa interação com a mãe é indispensável para o seu adequado crescimento.

Avaliações recentes referem que a ênfase das intervenções deveria deslocar-se da provisão de alimentos para um esforço no sentido de mudar o comportamento das mães. Um dos componentes desta abordagem é a saúde mental materna. O semi-árido alagoano é uma região muito pobre e sua população está mais exposta à insegurança alimentar e nutricional. O objetivo desta dissertação foi investigar a associação entre TMC maternos com fatores de risco sócio-demográficos e estado nutricional em ambiente urbano e rural e avaliar a associação entre TMC materno e desnutrição em crianças de 6 a 24 meses na região semi-árida de Alagoas.

Este estudo resultou em dois artigos. O primeiro foi intitulado “Fatores associados à saúde mental de mães semi-árido alagoano: o papel do contexto urbano/rural”. Neste estudo observou-se que a prevalência de TMC na zona rural foi 56,2% vs 43,8% na zona urbana (OR=1,03 IC95% 0,64-1,63). Na regressão logística da área urbana, escolaridade foi a variável que permaneceu significativa no modelo (OR= 2,2 IC 95% 1,03-4,6) e na rural a variável associada à TMC foi ausência de companheiro (OR= 2,6 IC 95%1,01-6,7); o segundo artigo foi intitulado “Saúde mental materna e estado nutricional de crianças da região semi-árida de Alagoas, Brasil”. A prevalência geral de TMC foi de 44,3%. Em mães de crianças desnutridas foi 42,0 % e em mães de crianças eutróficas foi 44,6%. Na Regressão Logística verificou-se que as variáveis significativas foram: peso ao nascer OR= 3,6 (IC 95% 1,08-12,4) e aleitamento materno OR= 6,7 (IC 95% 1,76 – 25,5). Neste estudo não foi observado associação entre TMC materno e desnutrição infantil. A alta prevalência de TMC na população estudada pode ter dificultado a detecção de uma possível associação entre TMC e a desnutrição infantil. Estes resultados apontam para a necessidade de aumentar a atenção à saúde mental materna no planejamento de políticas públicas com o objetivo de reduzir os danos tanto para a mãe como para as crianças.

Palavras-chave: saúde mental materna, estado nutricional, características familiares e condições maternas

Trabalho completo em pdf.