Consumo energético de mulheres de baixa renda: comparação entre dois métodos de consumo alimentar, em relação à água duplamente marcada

Autora: Isabela Lays Lopes Lins

Data da defesa: 28/05/2014

Banca examinadora:

Profª Drª Telma Maria de Menezes Toledo Florêncio – FANUT/UFAL - orientadora

Profª Drª Sandra Mary Lima Vasconcelos - FANUT/UFAL - examinadora

Prof. Dr. Eduardo Ferriolli - USP - examinador

Resumo Geral:

O consumo alimentar tem passado por mudanças tanto no que se refere à qualidade quanto na quantidade dos produtos ingeridos, e este fato associado a uma atividade física cada vez mais reduzida da população tem refletido em um número grande de pessoas com sobrepeso e obesidade. Os estudos epidemiológicos têm cada vez mais dado ênfase na investigação da relação existente entre a dieta e a prevenção e/ou controle das doenças crônicas. Porém, a avaliação do consumo alimentarindividual ou de grupos é um trabalho complexo, pois envolve dimensões simbólicas da vida social e desta forma esta susceptível a erros. Deste modo, as técnicas destinadas à avaliação da dieta de indivíduos têm sido rigorosamente revisadas, a fim de se avaliar a precisão de cada uma. A técnica da água duplamente marcada (ADM) pode ser utilizada para validar métodos de avaliação do consumo de energia. Considerando a ausência de estudos com água duplamente marcada em populações do nordeste do Brasil e o aumento da prevalência de doenças crônicas associadas ao perfil de ingestão alimentar, justifica-se a necessidade de pesquisas que avaliem a acurácia dos métodos de avaliação do consumo alimentar utilizados para esta população. Esta pesquisa foi realizada no município de Maceió, as participantes eram moradores de bairros da periferia, considerados assentos subnormais (favelas). Os critérios de inclusão foram: sexo feminino, ter idade entre 20 e 45 anos. Não foram incluídas no estudo as pessoas que apresentassem alguma doença crônica e/ou aguda ou fizessem uso de medicamentos que interferisse no metabolismo energético, além das grávidas, lactantes e aquelas que estivessem fazendo dieta. Foram caracterizados o perfil socioeconômico, antropométrico, composição corporal e de ingestão e gasto energético. O consumo alimentar foi avaliado por três recordatórios de 24 horas (R24h) e um questionário de frequência alimentar. O gasto energético foi avaliado pela água duplamente marcada (ADM). Foram calculados os intervalos de confiança para definir os pontos de corte para sub-relato e super-relato. Os resultados demonstraram que o QFA se aproximou mais do GET obtido pela ADM. Houve um sub-relato significativo do R24h (p= 0,09). Em conclusão, a subnotificação da ingestão energética foi um erro grave e prevalente nos auto-relatos alimentares fornecidos por esta amostra de mulheres brasileiras. Além disso , a pesquisa mostrou que o R24h apresentou taxas muito mais elevadas de erros do que o QFA.

Palavras-chave: Água Duplamente Marcada: Ingestão de energia: Inquéritos alimentares.

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