Acurácia de indicadores antropométricos como preditores de hipertensão arterial sistêmica em mulheres

Autora: Tainá Cardoso da Silva Caminha

Data da defesa: 29/03/2016

Banca examinadora:

Profª Drª  Haroldo Da Silva Ferreira–FANUT/UFAL - orientadora

Profª Drª Ana Paula Grotti Clemente- FANUT/UFAL - examinadora

Profª Drª Adriana Ávila De Moura- FAMED/UFAL - examinadora

Resumo Geral:

A hipertensão arterial sistêmica (HAS) caracteriza um dos principais fatores de risco para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares, principal causa de morte em todo o mundo. Estima-se que no Brasil a HAS afete 21,4% da população, sendo a magnitude do problema maior entre as mulheres, onde cerca de 24,2% encontram-se afetadas pelo problema. Apesar de 90% dos casos de HAS apresentarem etiologia idiopática, a influência da obesidade no desenvolvimento dessa condição já está bem estabelecida. Por este motivo, os indicadores antropométricos relacionados à adiposidade corporal vêm sendo sugeridos para auxiliar na triagem de indivíduos em situação de risco de hipertensão. Devido às diferenças relativas à composição corporal e à predisposição a doenças entre populações, é necessário que os preditores antropométricos de HAS sejam validados e, inclusive, estabelecidos pontos de corte específicos que otimizem a acurácia desses indicadores. Visando contribuir com a discussão dessa problemática, esta dissertação apresenta dois capítulos, sendo um de revisão da literatura e um artigo original. O artigo original teve como objetivo avaliar a acurácia de indicadores antropométricos como recurso para triagem de mulheres com pressão arterial elevada. Trata-se de um estudo transversal envolvendo amostra propabilística de 2.997 mulheres (20 a 49 anos) do estado de Alagoas. Foram coletados dados antropométricos, demográficos, socioeconômicos, informações sobre saúde e aferiu-se a pressão arterial. Os indicadores antropométricos investigados foram: índice de massa corporal, circunferência da cintura, relação cintura-quadril, razão cintura-estatura (RCEst), percentual de gordura corporal e índice de conicidade. A análise de curvas ROC revelou que todos os indicadores antropométricos avaliados foram considerados eficazes na identificação de pressão arterial elevada (ASC > 0,5). O indicador razão cintura-estatura (RCEst) apresentou poder discriminatório para pressão arterial elevada estatisticamente superior aos demais parâmetros (ASC = 0,72; p < 0,05); e seu ponto de corte considerado mais acurado foi 0,54 (sensibilidade = 67 %; especificidade = 66 %). Esses achados evidenciam que a triagem de mulheres alagoanas em risco de HAS deve-se, preferencialmente, ser realizada através da RCEst > 0,54.

Palavras-chave: Hipertensão; Antropometria; Obesidade; Obesidade abdominal; Programas de rastreamento.

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