Situação da população materno-infantil em Alagoas é tema de pesquisa de Nutrição

Estudo tem como objetivo apontar o panorama atual e planejar ações de promoção da saúde e avaliação do impacto de projetos implantados

06/02/2014 10h28 - Atualizado em 23/09/2014 às 14h22
Pesquisadores do Laboratório de Nutrição Básica e Aplicada da Fanut vão pesquisar sobre a saúde materno-infantil em Alagoas

Pesquisadores do Laboratório de Nutrição Básica e Aplicada da Fanut vão pesquisar sobre a saúde materno-infantil em Alagoas

Deriky Pereira – estudante de Jornalismo

Pesquisadores do Laboratório de Nutrição Básica e Aplicada da Faculdade de Nutrição (Fanut) da Universidade Federal de Alagoas dão início ao 2º Diagnóstico de Saúde Materno-Infantil de Alagoas. A equipe coordenada pelo professor Haroldo Ferreira conta com 25 estudantes, sendo 4 de doutorado, 6 de mestrado, 10 de graduação e outros 5 profissionais em estágio para ingresso na pós-graduação.

O estudo tem como objetivo fazer um diagnóstico da situação atual e a tendência temporal dos principais indicadores de nutrição e saúde da população materno-infantil do Estado, identificar os possíveis fatores associados, possibilitando o planejamento de ações de promoção da saúde e avaliação do impacto de projetos de segurança alimentar implantados.

“Vamos descrever a prevalência, duração e determinantes do aleitamento materno exclusivo, verificar ao acesso das crianças à rede de ensino e investigar os efeitos do sobrepeso na gestação e/ou ganho de peso gestacional excessivo sobre os desfechos obstétricos, o êxito no aleitamento materno e o estado nutricional da criança”, contam os pesquisadores.

Além das crianças, haverá investigação, em mulheres, sobre a prevalência de hipercolesterolemia, hiperglicemia, obesidade, adiposidade abdominal, hipertensão e síndrome metabólica. A pesquisa também estimará a prevalência de transtornos mentais comuns em mães de crianças menores de cinco anos e investigará a relação desta situação com a saúde da criança.

O início dos trabalhos

Para obter os dados, pesquisadores visitarão 4.480 domicílios, sendo 2.240 em Maceió e o mesmo número para cidades do interior de Alagoas. São elas: Anadia, Arapiraca, Atalaia, Coité do Nóia, Colônia Leopoldina, Coruripe, Delmiro Gouveia, Junqueiro, Lagoa da Canoa, Maravilha, Messias, Palmeira dos Índios, Passo de Camaragibe, Penedo, Piranhas, Rio Largo, Santana do Ipanema, São José da Laje e Taquarana.

De acordo com o professor Haroldo Ferreira, toda a equipe passou por um processo de capacitação, que culminou na realização de um estudo piloto na comunidade quilombola Perpétua, em Passo de Camaragibe. “Consideramos esse estudo como um ‘ensaio geral’ de todos os procedimentos relacionados ao protocolo de investigação. Em seguida, realiza-se a crítica e ajustes necessários para, a partir daí, realizarmos a pesquisa propriamente dita.”

A importância do estudo

Para ele, este é um projeto de alta relevância acadêmico-científica e social. “Primeiramente, pela produção científica e formação de recursos humanos em alto nível (como mestres e doutores) resultantes da pesquisa. Segundo porque irá gerar uma série de informações que serão utilizadas pela gestão pública no planejamento de ações de promoção da saúde materno-infantil de Alagoas, o que se constitui numa prioridade no âmbito de todas as esferas de gestão da saúde pública”, disse Haroldo.

A pesquisa, que teve início na última segunda-feira, 27, conta com financiamento do Ministério da Saúde, por meio do Programa de Pesquisa para o SUS: Gestão Compartilhada em Saúde em parceria com a Secretaria de Estado da Saúde de Alagoas (Sesau), CNPq, Fundação de Amparo à Pesquisa de Alagoas (Fapeal), além do apoio da Ufal, que disponibiliza transporte da equipe aos locais de coleta de dados para o andamento dos trabalhos.