Myllena Diniz – estudante de Jornalismo

Integrantes do programa Promoção de Segurança Alimentar e Nutricional, da Faculdade de Nutrição (Fanut) da Universidade Federal de Alagoas, desenvolveram mais uma ação de interesse da comunidade acadêmica, no Campus A. C. Simões, em Maceió. O grupo, em parceria com o Restaurante Universitário (RU), alertou os acadêmicos para os riscos do elevado consumo de sódio. Na quinta-feira (1), eles colocaram em prática o projeto ReduSAL: Estratégias para diminuir o consumo de sódio na alimentação da população.

A professora Thaysa Brandão, coordenadora do projeto, destacou que o objetivo da atividade é estimular o consumo adequado de sódio. Na Ufal, a primeira etapa das ações está direcionada à preparação das refeições no RU e conscientização dos estudantes beneficiados pelo restaurante.

“Nosso intuito é estimular a diminuição do consumo de sódio e sugerir uso de ervas nas preparações. Segundo a POF [Pesquisa de Orçamentos Familiares] 2008/2009, uma pesquisa nacional que verifica consumo de vários elementos presentes nas refeições dos brasileiros, os indicadores mostram que os brasileiros consomem o dobro de sódio do recomendado. Resolvemos focar, no primeiro momento, nos locais de maior demanda estudantil”, salientou Thaysa Brandão.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o recomendado é o consumo de 5g de sal por dia, o equivalente a 2.000mg de sódio. No entanto, os brasileiros chegam a atingir a média de 12g, diariamente. O projeto desenvolvido por acadêmicos da Fanut verificou que no RU o consumo de sal também estava acima do padrão. Para reverter esse quadro, trabalho gradativo tem sido desenvolvido na instituição.

“Foi feita avaliação das preparações de refeições do RU e notamos que o teor de sal estava acima da média. Agora, no Laboratório de Técnica e Dietética, estamos capacitando os manipuladores dos alimentos do Restaurante Universitário para testes, para elaboração de molhos e demais refeições. Nós pretendemos trocar elementos ricos em sódio por condimentos naturais, como ervas que têm pouco sódio e dão muito sabor”, explicou Thaysa Brandão.

Oficinas e capacitações já têm sido desenvolvidas com colaboradores do RU. Agora, a etapa é de conscientização dos comensais beneficiados pelo restaurante. No horário de almoço, integrantes do projeto abordaram universitários e alertaram para a importância do consumo adequado de sal. Folheto explicativo fornecido aos estudantes aponta os perigos da hipertensão; os alimentos ricos em sódio; as ervas que permitem menor uso de sal, como manjericão, coentro, salsa e orégano; e, ainda, receita saudável de peixe ao forno com manjericão e alecrim.

Para a nutricionista do RU, Milena Fernandes, o projeto tende a ampliar ações promovidas pelo restaurante. “Nós temos o intuito de criar o Programa de Educação Nutricional do RU, por meio de vídeos, já que pretendemos instalar a TV RU. Nessa ferramenta, vamos abordar vários temas, como a redução de sódio. A parceria com a Fanut é importantíssima, pois nossos colaboradores são capacitados e nossos comensais adquirem hábitos alimentares mais saudáveis”, ressaltou.

Milena também revelou que a parceria já rendeu bons frutos, com o projeto Zero Trans. “Já participamos de outro projeto, o Zero Trans, que foi implantado em nosso cardápio. Hoje, podemos dizer que o cardápio do RU é livre de gordura trans. Algo similar irá acontecer com o sódio. Não há como eliminá-lo da refeição, mas podemos reduzi-lo para a quantidade recomendada”, salientou.

O próximo passo é a promoção de oficinas no Laboratório de Técnica e Dietética para os estudantes. A proposta é sensibilizar os acadêmicos para o consumo de refeições saborosas e com baixo teor de sal.

Sara Nascimento, aluna do 8º período de Nutrição, avalia a contribuição do projeto na vida de outros estudantes. “Nós somos multiplicadores do conhecimento e podemos transformar outras pessoas em multiplicadores”.