Obesidade Infantil é abordada em Jornada Interdisciplinar

Tratamento na infância é considerado um desafio pelos pesquisadores da área

06/11/2014 08h34
Professor Jean Toscano durante palestra sobre qualidade de vida dos obesos

Professor Jean Toscano durante palestra sobre qualidade de vida dos obesos

Diana Monteiro - jornalista

 

A obesidade nas diversas faixas etárias, suas consequências à saúde física e mental e também no contexto social foram o foco da 1ª Jornada Interdisciplinar de Atualização em Obesidade nesta sexta-feira (31), realizada na universidade Federal de Alagoas. A palestra de abertura abordou a Obesidade na infância: experiência do ambulatório de nutrição materno infantil, com professora e pesquisadora Mônica Lopes de Assunção Ferreira, da Faculdade de Nutrição (Fanut) da Ufal. Ela mostrou os desafios para o tratamento da doença que requer total adesão da família e do cuidador.

Mônica Lopes destacou que a obesidade tornou-se uma doença democrática, por atingir todas as classes sociais e considera que tratar uma criança obesa é um desafio. “Por razões absolutamente compreensíveis, esse é processo difícil e tem-se constatado a cada dia um aumento da obesidade infantil. A criança não tem a vaidade que os adolescentes e adultos passam a ter e, portanto, reeducar sua alimentação é entendido como um castigo. A cooperação, tão fundamental para que se obtenha um bom resultado final, fica muito comprometida”, disse.

Coordenadora do Ambulatório de Nutrição Materno-Infantil do Hospital Universitário e tutora de Nutrição do Programa de Residência Multiprofissional em Saúde da Criança, Mônica destaca a importância do aleitamento materno como prevenção à obesidade. Aliado a isso, ela também fala de como hábitos alimentares saudáveis e do quanto a influência materna é decisiva na mudança alimentar dos menores de seis anos. 

Dados de 2013 do Programa de Residência Multiprofissional em Saúde da Criança mostram a realidade nutricional dos pacientes na primeira consulta. Mais de 45% apresentam obesidade grave; 37,29% obesidade; e 16,95% sobrepeso. Quanto ao estado nutricional das mães, constatou-se que 44,12% têm obesidade grave; 38,24%, obesidade; e apenas 17, 65% apresenta eutrofia (boa nutrição). A obesidade traz vários problemas de saúde, mas os principais são os cardiovasculares, respiratórios, ortopédicos e dermatológicos.

Temas

Na programação da 1ª Jornada Interdisciplinar em Educação em Obesidade também foram discutidos os seguintes temas: Qualidade de vida em obesos, abordado por Jean Toscano; Envelhecimento, obesidade e qualidade de vida, com Graziele Moreira; Farmacologia na obesidade, com Marcelo Duzzioni; e O Impacto da Obesidade, com Giovana Longo Silva.

Também houve relato de caso e a mesa-redonda sobre A psicologia acerca da obesidade, com a participação de Maria Raquel Lima Pedrosa, Fernanda Lira e Alessandra Cansanção. A palestra de encerramento com o professor Nassib Bezerra Bueno tratou sobre Mitos, presunções e fatos sobre a obesidade.