Dissertação de Mestrado em Nutrição aborda avaliação toxicológica do óleo de coco

A mestranda Ariana do Amaral avaliou o consumo do óleo de coco, em proporções normal e cetogênica, sobre o crescimento e a saúde de roedores


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A nova mestra Ariana do Amaral e os professores Suzana Lima de Oliveira, orientadora; Euclides Trindade Marinho e Luciano Grillo, da Banca Examinadora
A nova mestra Ariana do Amaral e os professores Suzana Lima de Oliveira, orientadora; Euclides Trindade Marinho e Luciano Grillo, da Banca Examinadora

13 de Maio de 2013


Márcia Alencar - Jornalista

“Avaliação Toxicológica Subcrônica do consumo de Óleo de Coco” é o tema da dissertação da nutricionista Ariana de Alencar Gonçalves Ferreira do Amaral no Mestrado em Nutrição da Faculdade de Nutrição (Fanut) da Universidade Federal de Alagoas. O objetivo do estudo foi avaliar o consumo do óleo de coco, em proporções normal e cetogênica, sobre o crescimento e a saúde de roedores. Para isso, Ariana trabalhou com roedores do tipo Wistar no Biotério Central da Ufal, através de análise de crescimento, análise bioquímica e histológica dos tecidos.

A dissertação teve a orientação da professora doutora Suzana Lima de Oliveira, vice-diretora da Fanut.  Segundo Ariana, a dieta cetogênica é caracterizada pelo elevado consumo de gordura e baixa ingestão de carboidrato e proteína. “ Utilizei esse tipo de dieta nos ratos por ser uma dieta alternativa, que tem sido proposta por diversos autores para o tratamento de obesidade, dislipidemias, epilepsia e outras desordens.

O objetivo maior focou em investigar o potencial benéfico do óleo de coco, já que se trata de um óleo abundante na região nordeste do Brasil, que pode servir como alternativa terapêutica para uma série de doenças. A dieta à base de óleo de coco tem sido proposta para redução do peso corporal, inclusive inserida na terapia cetogênica, como forma alternativa à dieta cetogênica clássica, e alguns estudos têm demonstrado sua eficácia na redução de circunferência de cintura e manutenção do estado de cetose, que levaria a perda de peso e controle de crises epiléticas, além dos potenciais efeitos cardioprotetores, antivirais, antibacterianos, antitrombóticos e antiateroescletóticos, já atribuídos ao óleo. Em humanos, são escassos os estudos que avaliam a segurança do consumo de óleo de coco e sua repercussão sobre os parâmetros bioquímicos e doenças cardiovasculares.

Segundo destacam os estudos, apesar dos potenciais benefícios, ainda há um estigma quanto ao consumo do óleo de coco, principalmente por se tratar de uma gordura saturada, de elevado conteúdo em ácidos graxos, que teriam a capacidade de elevar o colesterol sérico, principalmente o láurico, o mirístico e o palmítico (Explica isso). Entretanto, vários estudos tem relatado os efeitos benéficos do consumo de óleo de coco  sobre a glicemia, controle de peso e parâmetros lipídicos séricos.O óleo proveniente do coco (Cocos nucifera L.), fruto abundante na região Nordeste do País, é bastante utilizado na indústria química, de cosméticos e farmacêutica, devido a suas propriedades antivirais, antifúngicas e antibactericidas, especialmente atribuídas ao ácido láurico e componentes minoritários, como vitamina E e polifenóis.

Tradicionalmente o óleo é extraído a partir da copra, sendo exposto a altas temperaturas, perdendo parte de seus constituintes minoritários. O óleo que desperta maior interesse é aquele extraído a partir do processo úmido, de forma mais natural, sem emprego de calor. O uso de calor para obtenção do óleo leva a perda dos componentes responsáveis pelas características benéficas do produto. O aquecimento durante a cocção pode levar a formação de substâncias carcinogênicas. 

Conclusões e indicações

Diante do panorama apresentado, verifica-se que o consumo de óleo de coco e mais ainda, sua utilização terapêutica, reveste-se, ainda, de incertezas. Os estudos ainda não foram suficientes para produzir recomendações precisas quanto ao seu uso seguro. A investigação do efeito particular de seus componentes específicos, como o ácido graxo saturado láurico, permitirá compreender a repercussão do consumo de óleo de coco, orientando a sua utilização, tanto isoladamente como em formulações terapêuticas, mesmo em proporções elevadas, caso da dieta cetogênica.

Segundo a mestra Ariana, a ação antioxidante atribuída ao alto teor em polifenóis e componentes minoritários deve ser igualmente considerada. Sua influência sobre o perfil lipídico sanguíneo e sua utilização para a cocção, ainda controversas, merecem pesquisas adicionais. O óleo de coco é um produto abundante na região Nordeste, de baixo custo, rico em TCM, que devido as suas características metabólicas possui extensa aplicação em desordens metabólicas e terapias alternativas de redução de peso e do controle de crises em pacientes epiléticos. Sua aplicação pode se tornar mais difundida e menos restrita às indústrias química e farmacêutica, ampliando o número de beneficiários de seus potenciais efeitos favoráveis à saúde humana. Pesquisas adicionais focando o conteúdo em polifenóis e componentes minoritários como vitaminas, pode trazer mais respostas a respeito dos benefícios da utilização deste óleo.

A nutricionista Ariana do Amaral é especialista em Nutrição Clínica e professora das disciplinas de genética, nutrição esportiva, epidemiologia e Planejamento de cardápio dos cursos de Nutrição e Gastronomia em faculdades particulares de Maceió.