Efeito das concentrações maternas de 25-hidroxi-colecalciferol sobre o perfil de citocinas produzidas pelos linfócitos (th1 e th2) placentários: uma revisão sistemática da literatura

Autora: Myrla Christiane de Oliveira Farias

Data da defesa: 18/12/2019

Banca examinadora:

  • Prof. Dr. Nassib Bezerra Bueno - presidente
  • Profª Drª Suzana Lima de Oliveira - examinadora
  • Prof. Dr. Alexandre Urban Borbely

Resumo geral:

A vitamina D historicamente sempre foi conhecida por suas funções clássicas, ou seja, ligada ao metabolismo ósseo, contudo, as funções não clássicas desse nutriente apontam a necessidade de inúmeros tecidos para seu adequado funcionamento, já que a mesma atua como regulador neuroendócrino do corpo, agindo especialmente nos sistemas imunológico, cardiovascular, musculoesquelético, nervoso e placentário, onde a placenta foi um dos primeiros órgãos a ser estudado quanto às funções não clássicas da vitamina D, constituindo-se em um tecido extrarrenal capaz de converter 25 hidroxicolecalciferol em 1,25(OH)2D3, suprindo assim as necessidades do binômio. Contudo, o papel chave da vitamina D na gestação é na resposta imune desencadeada pela placentogênese, onde esse micronutriente apresenta uma funcionalidade ímpar desde a pré-concepção atuando ainda na implantação placentária, angiogênese, função imune, estresse oxidativo, função endotelial, resposta inflamatória, homeostase da glicose, consequentemente tolerância materna ao feto e, consequentemente, uma gestação saudável. Portanto, tendo em vista os efeitos não clássicos da vitamina D, em que a placenta se configura como órgão dependente desse micronutriente para boa parte de suas funções, observa-se que mulheres com deficiência dessa vitamina são mais susceptíveis a desenvolver doenças gestacionais como diabetes mellitus, pré-eclâmpsia e infecções bacterianas Dessa forma, acredita-se que a resposta para a base fisiopatológica dessas doenças possa estar ligada a algum distúrbio na cascata imunológica placentária, na qual tanto a imunidade inata quanto a adaptativa não responde como esperado, ou seja, com a finalidade de aumentar a capacidade tolerogênica do hospedeiro materno. Assim, faz-se necessário compreender qual o papel da 25-hidroxicolecalciferol sobre o perfil de citocinas produzidas pelos linfócitos Th1 e Th2 placentários, para isso, foi realizada uma revisão sistemática da literatura intitulada “Efeito das concentrações maternas de 25- hidroxicolecalciferol sobre o perfil de citocinas produzidas pelos linfócitos (Th1 e Th2) placentários: Revisão sistemática da literatura”. Dos 15.706 artigos identificados nas bases de dados, 20 foram lidos na íntegra, e destes, 5 atenderam aos critérios de elegibilidade, sendo incluídos 3 ensaios clínicos aleatórios e 2 estudos de coorte. Os 5 estudos apresentaram adequada qualidade metodológica. Mulheres com suficiência de 25- hidroxicolecalciferol nas coortes, bem como as que receberam suplementação a partir de 2000 UI/dia, apresentaram maiores concentrações de IL-10 na placenta. Dessa forma, concluímos que a vitamina D está associada com o perfil antiinflamatório da placenta.

Palavras-chave: Vitamina D, placenta, placentogênese, concepção, inflamação

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