Disponibilidade do ferro da alimentação escolar dos Centros Municipais de Educação Infantil de Maceió-AL

Autora: Amanda de Araújo Lima

Data da defesa:   31/08/2021

Banca examinadora:

  • Profª Drª Terezinha da Rocha Ataíde - presidente
  • Profª Drª Ilma Kruze Grande de Arruda - examinadora
  • Prof. Dr. Nassib Bezerra Bueno - examinador

Resumo geral:

A anemia ferropriva continua sendo um problema de saúde pública em crianças menores de cinco anos, mulheres em idade fértil e gestantes, cujas consequências podem repercutir ao longo dos anos. Com isso, a presente dissertação objetivou realizar uma revisão narrativa acerca dos algoritmos e modelos qualitativos disponíveis na literatura para estimar a
disponibilidade do ferro dietético, ou seja, a quantidade de ferro absorvível, e avaliar a disponibilidade do ferro da alimentação escolar dos Centros Municipais de Educação Infantil (CMEI), de Maceió-AL. Este trabalho consistiu em três etapas, a saber: 1) revisão narrativa acerca dos algoritmos e modelos qualitativos disponíveis na literatura para estimar o ferro
disponível; 2) seleção dos algoritmos a serem utilizados na segunda etapa da dissertação; 3) avaliação da disponibilidade do ferro da alimentação escolar dos CMEI de Maceió-AL. Foram encontrados 18 algoritmos e 2 modelos qualitativos para estimar a disponibilidade do ferro, ao longo de 39 anos, entre 1978 e 2017. Os algoritmos selecionados foram: Monsen e Balintfy (1982), Singer et al. (1982), Du et al. (2000) e Rickard et al. (2009). As estimativas da disponibilidade do ferro da alimentação escolar, obtidas em cada um dos quatro algoritmos, foram expressas como média e erro padrão médio. Realizaram-se análise de correlação entre as estimativas, seguida do teste de análise com medidas repetidas (ANOVA) para comparar as estimativas, e do teste de Bland-Altman para verificar a concordância dos resultados. Também foi realizada análise de correlação entre os constituintes da dieta para avaliar o cardápio proposto. As estimativas de ferro absorvível variaram entre 0,23 e 0,44 mg/dia, e a estimativa de eficiência de absorção variou entre 4,8% e 9,7%. Ao comparar as estimativas com as recomendações nutricionais, constatou-se que, embora a quantidade de ferro total tenha aparentemente atendido às recomendações de ferro das crianças assistidas pelos CMEI, na grande maioria dos dias analisados, a quantidade de ferro absorvível não atendeu às recomendações nutricionais adotadas pelo PNAE. Com base no teste de Bland-Altman, verificou-se que o par de algoritmos de Monsen e Balinfty (1982) e Rickard et al. (2009) apresentaram a maior concordância entre si. Os resultados do presente estudo, associados à facilidade de sua aplicação, permitem recomendar o algoritmo de Monsen e Balinfty (1982) como o de escolha, no contexto aqui investigado. Já a análise de correlação entre os
constituintes das refeições demonstrou que tecido animal (TA) e ferro não heme (FNH) apresentaram correlação positiva moderada (r = 0,42; p < 0,05), enquanto que TA e cálcio (r = -0,54) e cálcio e ácido fítico (r = -0,46) apresentaram correlação negativa moderada (p <0,05). Conclui-se que a quantidade de ferro disponível na alimentação escolar estimada neste estudo
não atende, na grande maioria dos dias, às recomendações nutricionais adotadas pelo PNAE. Além disso, a análise dos constituintes do cardápio confirmou a necessidade de adotar estratégias para aumentar a disponibilidade do ferro na alimentação escolar, como associar o consumo de FNH e ácido ascórbico e reduzir a presença de fatores inibidores, principalmente em refeições com maiores quantidades de ferro.

Palavras-chave: Ferro heme. Ferro não heme. Disponibilidade de ferro dietético. Anemia ferropriva. Algoritmos.

Trabalho completo indisponível.