Desenvolvimento e caracterização de microencapsulados enriquecidos com extrato lipídico de açaí (Euterpe oleracea)

Autora: Fernanda Geny Calheiros Silva

Data da defesa:   20/07/2021

Banca examinadora:

  • Prof. Dr. Ticiano Gomes do Nascimento - presidente
  • Profª Drª Giselda Macena Lira - coorientadora
  • Prof. Dr. Vítor Luiz de Melo Silva - examinador externo
  • Profª Drª Carolina Lima Cavalcanti Albuquerque - examinadora externa

Resumo geral:

O açaí (Euterpe oleracea) ganhou destaque por ser uma fruta de baga amplamente consumida e com capacidade antioxidante comprovada, diretamente relacionada a sua composição lipídica. As substâncias antioxidantes lipídicas são altamente lábeis, o que demanda investigação em torno de técnicas de secagem, como o Spray-dryer e liofilização, a fim de aumentar o tempo de prateleira e minimizar a decomposição dos compostos. O presente trabalho foi estruturado em formato de artigos, sendo o primeiro artigo de revisão e um artigo original. Através da busca em literatura, evidenciou-se a composição lipídica do açaí rica em ácidos graxos poli-insaturados, a exemplo dos ácidos oleico e palmítico, além de α-tocoferóis e carotenoides, que apresentam elevado poder biológico, atuando no combate ao estresse oxidativo e processo inflamatório, culminando com efeitos benéficos sob síndrome metabólica, hipertensão, hiperlipidemias e hepatopatias. O segundo trata acerca da microencapsulação do extrato lipídico de açaí, por meio das técnicas de Spray-dryer, secagem em estufa e liofilização, bem como sua caracterização química e físico-química. Para tanto, diferentes experimentos foram realizados, a exemplo da varredura das amostras por ultravioleta, cromatografia gasosa, cromatografia líquida de alta eficiência, ensaios antioxidantes pelo método de DPPH e TBARS, microscopia eletrônica de varredura, espectroscopia de infravermelho com transformada de Fourier e ensaios térmicos. Entre os achados, foi possível identificar, no óleo de açaí, uma composição rica em ácidos graxos insaturados, bem como tocoferóis e carotenoides, além de evidenciar que as técnicas de secagem atuam diretamente sobre essa composição, preservando-a, no caso da liofilização, e degradando-a, no caso da secagem em estufa e por spray-dryer. Em termos antioxidantes, o óleo de açaí mostrou elevada atividade antioxidante (dose-dependente) e o ensaio de TBARS evidenciou, ainda, que a oxidação lipídica foi mais evidente em amostras submetidas ao aquecimento, salientando os benefícios da liofilização nessa espécie de óleo vegetal. O não aquecimento dos microencapsulados promoveu, ainda, similaridades ao óleo bruto, quando avaliados os resultados para ensaios térmicos e em espectroscopia, com maior preservação dos compostos lipídicos presente no material encapsulado. Evidenciou-se a importância das técnicas de secagem sem emprego de calor (liofilização) e ausência de luz, promovendo a preservação dos compostos lipídicos saturados e insaturados, minimização da ocorrência de oxidação lipídica, além de ser uma técnica que favorece a entrega ao consumidor de um produto seguro, com potenciais benefícios à saúde. 

Palavras-chave: Euterpe oleracea. Tocoferol. Carotenoides. Ácidos graxos. Estabilidade de ácido graxos. Peroxidação lipídica.

Trabalho completo em PDF.