Ácido úrico como biomarcador na pré-eclâmpsia e sua relação com a gravidade da doença e desfechos neonatais adversos

Autora: Elaine Luiza Santos Soares de Mendonça

Data da defesa:  11/03/2021

Banca examinadora:

  • Profª Drª Alane Cabral Menezes de Oliveira - orientadora/presidente
  • Profª Drª  Maria Izabel Siqueira de Andrade - examinadora externa
  • Profª Drª  Fabiana Andréa Moura - examinadora interna

Resumo geral:

A pré-eclâmpsia (PE), devido à sua fisiopatologia sistêmica, é apontada como uma das principais causas de morbimortalidade perinatal e materna. Em geral, os recursos clínicos disponíveis são empregados a critério de diagnóstico, não refletindo a gravidade da doença subjacente, assim como os riscos imediatos e remotos que possam acometer o binômio materno-fetal. Por este motivo, a identificação de estratégias clínicas e laboratoriais deve incidir na antecipação da gravidade da PE, como a utilização de biomarcadores, como o ácido úrico, principalmente devido a sua simplicidade de mensuração e menor custo, podendo ser facilmente inserido em protocolos de triagem. No entanto, embora alguns estudos indiquem a hiperuricemia – HU (ácido úrico ≥ 6mg/dL) como preditora da gravidade da PE, os achados permanecem conflitantes. Este contexto motivou a realização da presente dissertação, que apresenta inicialmente um capítulo de revisão de literatura, abordando as gestações de alto risco, com ênfase na PE, seguido de um artigo original. O objetivo do artigo é avaliar o ácido úrico como biomarcador na PE e sua relação com a gravidade da doença e desfechos neonatais adversos. Trata-se de um estudo transversal controlado, a partir de uma amostra de conveniência de gestantes com pré-eclâmpsia atendidas em maternidade de alto risco de Alagoas, Brasil. Informações gestacionais, e dos exames bioquímicos foram coletados antes do parto, enquanto que os desfechos perinatais, após o parto, através de formulário de pesquisa padronizado. A amostra foi composta por 267 gestantes com PE. HU foi observada em 25,8% dos casos; estando associado a gestantes pretas (p = 0,014) e primíparas (p = 0,007). O ácido úrico foi capaz de prever o comportamento de alguns biomarcadores, principalmente da creatinina (F = 10,14, p = 0,0016; R² = 0,0388), ureia (F = 50,15, p <0,0001; R² = 0,1753), ferritina (F = 10,29, p = 0,0016; R² = 0,0541), globulina (F = 0,0437, p = 0,0017; R² = 0,0437) e albumina (F = 0,1797, p <0,0001; R² = 0,1797). HU foi fator de risco para parto cesáreo (p = 0,030), prematuridade (p = 0,001), baixo peso ao nascer (p <0,001) e nascimento pequeno para idade gestacional (p = 0,020). Níveis elevados de ácido úrico séricos parecem estar relacionados a previsão da gravidade da doença e a resultados neonatais adversos.

Palavras-chave: Marcadores bioquímicos, Hiperuricemia, Inflamação, Hipertensão gestacional, Recém-nascido de baixo peso.

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